Quase tudo é risível | Primeiro romance de Cristina Bresser

cristina

 

Em Quase tudo é risível, estamos diante de um daqueles joguinhos de ligar pontos até que, voilà, a imagem do todo apareça. Uma narrativa que dá saltos no tempo e no espaço e que nos sugere as costuras em vez de entregá-las prontas, convidando o leitor para compor o mosaico que formará um corpo coeso à medida que a leitura avance. Trata-se de um desafio estilístico presente tanto na composição macro da obra quanto em seus detalhes sintáticos, uma vez que as convenções da narrativa tradicional são minadas por mudanças súbitas de pontos de vista, transições rápidas entre discurso direto e indireto, e uma pontuação que dá muita fluidez à leitura.

 

Cristina Bresser acompanha a vertigem dos acontecimentos com uma agilidade que, no entanto, não descuida dos detalhes, das minúcias que temperam a ação das personagens, sobretudo da protagonista, mulher cheia de vitalidade que – ironias espalhadas pelo caminho – flertou com a morte. O leitor vai perceber que há uma alegria vicejante no texto, fruto da escolha das palavras, das comparações risíveis, dos disparos surdos deixados no ar pela protagonista com suas frases diretas e muitas vezes desconcertantes. O ritmo frenético da narrativa decorre de uma personagem com sede de vida. Ou vice-versa?

 

Se forma também é conteúdo, podemos dizer que estamos diante de um romance cuja estrutura contribui para a série de encontros e desencontros entre as personagens, para a dinâmica das múltiplas relações que ora se fortalecem e ora se fragilizam, tecendo com habilidade a desordem e o caos que compõem a própria vida.

 

De certo modo, a paixão é quem dá uma unidade latejante a esse Quase tudo é risível, mesmo que – ou melhor, por causa disso – a paixão se relacione tanto com o amor ardente e seu viés mais visível, que é o erotismo, como também com a doença (o pathos grego que origina a patologia) e o sofrimento. Todas essas paixões se encontram aí, à espera do leitor.

Cezar Tridapalli

 

Sobre a autora: 

Cristina Bresser de Campos é paulista radicada em Curitiba. Formada em Comunicação pela UFPR, Proficiency in English - Cambridge University e Certificação Internacional de Coaching. Fluente em inglês, espanhol e francês.

Curso de Escrita criativa em 2013 e oficina Relatos de viagens em 2014, ambos com Otto Leopoldo Winck.

Autora do conto Capitolina, do livro Torre de Papel, publicado em junho de 2015.

 

Frequentou oficina de Romance com Cezar Tridapali e workshop Mundos ficcionais com Thiago Tizzot, na Esc Escola de Escrita, em 2016.

Primeiro prêmio na categoria Contos, no I Concurso Literário do Núcleo Interdisciplinar em Direito e Literatura, Fortaleza, julho 2016.

Em julho e agosto de 2016, recebeu bolsa de estudos e cursou Creative Writing na University of Edinburgh, Escócia.

 

Serviço

Pré-lançamento romance Quase tudo é risível - dia 23/11 na loja To Be Real, 9:30h às 12h e das 17h às 19h 

Lançamento dia 29/11 no Hacienda Café, Rua Prudente de Moraes, 1283 (quase esq. com Carlos de Carvalho) das 18h às 22h.

Dia 05/12 às 19:30h, noite de autógrafos e bate-papo sobre o romance no Centro de Letras de Paranaguá, no Club Literário. Rua Faria Sobrinho, 474. Centro Histórico.

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*Patrocínio: To Be Real Apoio: Freguesia do Livro. 

**O lucro da venda dos livros vai para o grupo de proteção animal Adote com Consciência

***Em ambos os eventos de autógrafos em Curitiba, haverá arrecadação de ração para o grupo de proteção animal e de livros usados para a Freguesia do Livro.

 

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Última atualização em Qui, 17 de Novembro de 2016 11:21  
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