Professores do SAS Plataforma de Educação comentam tema da prova de redação que aconteceu neste domingo (5)
O tema da redação do Enem 2017 é "Desafio para a formação educacional de surdos no Brasil”. Professores do SAS Plataforma de Educação afirmam que a proposta foi uma surpresa aos estudantes, uma vez que as instituições de ensino trabalharam questões relacionadas ao meio ambiente e sustentabilidade, que há muito tempo não eram vistas nas redações de ENEM. Para Vinícius Beltrão, professor do SAS Plataforma de Educação, é um tema social contemplando uma minoria bastante específica. “Seria esperado se estivéssemos falando sobre um concurso para selecionar professores. O aluno deverá realizar uma leitura minuciosa dos textos motivadores e fazer associações com o seu conhecimento de mundo para construir uma argumentação sólida e uma proposta de intervenção coerente”, avalia.
Nos simulados do SAS deste ano, um dos temas remetem a essa questão: Educação pública de qualidade no Brasil: um direito a ser concretizado. De acordo com Beltrão,o estudante do SAS poderá usar muitas das informações trazidas na proposta do simulado. “Apesar do Inep falar sobre jovens com deficiência auditiva, os estudantes podem discorrer sobre a atual situação da educação no Brasil, as iniciativas de hoje para melhorar esta realidade, os dados apresentados pelo IDEB, as reformas na Base Nacional Curricular Comum e o aumento de alunos com necessidades especiais procurando uma vaga nas instituições”, pontua.
Segundo o professor, o recorte proposto pelo Inep é muito específico e o aluno certamente argumentará na falta de preparação das instituições de ensino para receber esses estudantes surdos, seja na estrutura física ou na própria capacitação docente. “Questões políticas podem ser levantadas também e deverão ser tratadas com cautela, pois a lei garante que todos os alunos com deficiência sejam matriculados. Portanto, a escola tem que aceitá-lo e cabe a ela fazer todas as adaptações necessárias para atendê-lo”, analisa.
Beltrão acredita que é um tema com a proposta de sensibilizar a sociedade sobre as dificuldades do próximo. “Quando você não sofre de alguma deficiência, dificilmente se importa com as dificuldades do outro. Há certa negligência até com relação aos direitos do próximo. É muito comum vermos pessoas estacionando os carros em vagas de deficiente, bloqueando as rampas de acesso às calçadas, negando ajuda nas ruas e transportes públicos às pessoas deficientes. O tema servirá como reflexão para que nos coloquemos no lugar do outro, para que possamos sentir as necessidades e dificuldades deles como nossas”, aposta.
Em relação às possíveis intervenções sociais, Beltrão acredita que como o recorte do assunto está vinculado à educação, é possível discorrer sobre as condições das escolas de atender esses alunos de forma satisfatória, pois garantir a matrícula não significa garantir o aprendizado. Há ainda questão da formação de professores, isto é, os cursos de licenciatura raramente oferecem disciplinas sobre inclusão. As opções que até então existiam eram os cursos de pós-graduação em Libras (um dos mais conhecidos) ou educação especial. Estimular o aumento da oferta de disciplinas na graduação, estágios e especializações para atender esse público é algo urgente. Como há poucos centros especializados em educação especial, é muito comum os jovens se deslocarem por grandes distâncias. Trazer institutos educacionais ou mesmo transformar as instituições de bairro em centros de referência no atendimento a esses jovens também é uma solução necessária.
Para o professor, essa proposta de redação vai testar o conhecimento das leis que asseguram a inclusão desses alunos na escola e na sociedade. “O estudante deverá também ser atento às soluções que são implantadas para atender aos deficientes nas ruas, nos estabelecimentos comerciais, nas instituições de ensino e até as leis trabalhistas que garantem vagas específicas para esse perfil. Por fim, mais do que nunca, o candidato deverá ser sensível às dificuldades e direitos do outro para só assim propor uma intervenção”, diz.
Para zerar neste tipo de redação, Beltrão acredita que é necessário fugir ao tema. “Por ser um assunto que vai surpreender muitos candidatos, a falta de informação pode influenciar o aluno a escrever sobre assuntos com pouca ou nenhuma relação ao tema proposto”, conclui.
Para acessar o gabarito da prova em tempo real, acesse: enem2017.portalsas.com.br
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