Mutações: O Novo Espírito Utópico

Ciclo de conferências Mutações no Sesc Paço da Liberdade

 

O Sesc Paço da Liberdade promove, de 8 a 11 de agosto, o ciclo de conferências Mutações: O Novo Espírito Utópico. Concebido e organizado pelo filósofo Adauto Novaes, o ciclo propõe a reflexão sobre as perspectivas criadas pela revolução tecnocientífica e biotecnológica, com o objetivo de analisar os dois mundos da utopia - do humanismo e do pós-humanismo. O ciclo também conta com a presença do professor titular em História da Arte e da História da Cultura da Unicamp Jorge Coli; da psicanalista e ensaísta Maria Rita Kehl; do físico, doutor em Cosmologia e atual curador chefe do Museu do Amanhã - Rio de Janeiro Luiz Alberto Oliveira e do um músico, professor de Literatura Brasileira pela USP, compositor, ensaísta José Miguel Wisnik.

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Confira a programação:

8/8 (segunda-feira)

Abertura - 18h30

 

Adauto Novaes: "Nostalgias do Futuro"

Utopia, o livro célebre de Thomas Morus, faz 500 anos. Durante meio milênio, esta bela palavra, que quer dizer não lugar mas também se pode traduzir por eutopia - lugar da felicidade -, fez um longo percurso cheio de enigmas. Promessa, esperança, simulação antecipadora, horizonte de nossos desejos, a utopia tem um destino comum: a "severa e lúcida crítica da realidade". Ou como diz Marx, ela é a "expressão imaginativa de um mundo novo". O fundamento da utopia é, pois, a crítica do presente. Hoje vemos, entretanto, a construção de um silêncio não só sobre o desejo utópico mas também sobre seu pensamento. Um dos lugares comuns da nova opinião - lembra Abensour - consiste em dizer que quem pensa a democracia deve fazer o luto da utopia; inversamente, quem insiste em pensar a utopia afasta-se da democracia.

Adauto Novaes é filósofo e organizador do Ciclo Mutações.

Local: Sala de Atos

 

Jorge Coli: "Formas estéticas dos discursos autoritários"

A crítica à modernidade pressupõe ultrapassar a episteme que ela revelou. Por isso, uma análise de sua atividade artística é, desse ponto de vista, particularmente esclarecedora, pois foi nela que as formulações conceituais, as crenças coletivas, as intuições encantadas e felizes - e também as relações com as piores realidades - viabilizaram-se, denunciando estruturas, conflituosas ou não, constituídas por uma origem universal.

 

Jorge Coli é professor titular em História da Arte e da História da Cultura da Unicamp.

Local: Sala de Atos

 

9/8 (terça-feira)

18h30 - Sala de Atos

 

Maria Rita Kehl: A utopia da cura em psicanálise

A cura psicanalítica é utópica? Ou o indivíduo que se diz curado representa o fim da travessia de seu processo de desejo? O universo de mercadorias é hoje tão natural que restringe o desejo a algo. Assim sendo, conquistado esse algo, o movimento desejoso cessa? Na melhor das hipóteses: não, pois, do contrário, o que haveria seria a morte do sujeito em meio a um atoleiro de objetos que proporcionaram plenitudes fugazes.

 

Maria Rita Kehl é psicanalista, jornalista, ensaísta, poetisa, cronista e crítica literária.

 

10/8 (quarta-feira)

18h30 - Sala de Atos

 

Luiz Alberto Oliveira: "Antropoceno, objetos invisíveis, utopia"

Pelo menos dois fenômenos nos dominam: o Antropoceno - a Terra se torna agente político, a Política se torna agente geológico -, e a miniaturização dos componentes, o que levou os objetos técnicos a disseminarem-se, em crescente número, pelo seu entorno ou ambiente, e aperfeiçoarem suas capacidades de atuação e interação. Os tecnobjetos tendem a ambientar-se, tornando-se ao mesmo tempo deslocados e invisíveis; tendem também a humanizar-se. Assim, as velhas dicotomias natural/ artificial, orgânico/inorgânico, interior/exterior, cognitivo/automático, sujeito/objeto estão em jogo.

 

Luiz Alberto Oliveira é físico, doutor em Cosmologia e atual curador chefe do Museu do Amanhã - Rio de Janeiro.

 

11/08 (quinta-feira)

18h30 - Sala Cinepensamento

 

José Miguel Wisnik: Arte e os dispositivos de contra-poder

Em As utopias reais ou Lugares e outros lugares, Michel Foucault falava de lugares utópicos que se produzem não na dimensão teleológica do tempo futuro ou na de um espaço apartado dos lugares reais, mas como contraespaços, "opostos a todos os outros". Agamben radicaliza e generaliza o termo estratégico de Foucault, definindo como dispositivos todos os expedientes de captura dos seres viventes, não apenas as prisões, as escolas, a confissão etc. mas "a escritura, a literatura, a filosofia,o cigarro, os computadores, os telefones celulares . e a própria linguagem". Entre esses, poremos em destaque o conjunto de atividades que se convencionou chamar de arte.Pretendemos fazer dela um dispositivo heterotópico intervindo sobre a própria conferência, e deslocando-a dos seus eixos.

 

José Miguel Wisnik é músico, professor de Literatura Brasileira pela USP, compositor e ensaísta.

 

Serviço:

Ciclo Mutações: O Novo Espírito Utópico

 

De 08 a 11 de agosto

Investimento: R$ 10,00 comerciantes | R$ 20,00 usuários

Necessária apresentação ou realização do Cartão Cliente Sesc no balcão do SAC.

Será emitido na hora, gratuitamente mediante a apresentação de comprovante de residência.

Recomendamos chegar ao local com antecedência

Informações: (41) 3234-4200

Sesc Paço da Liberdade | Praça Generoso Marques, 189 - Centro

 

 

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Última atualização em Qui, 04 de Agosto de 2016 12:23  
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