28 de maio, Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher


O coração é assunto sério. E, mais do que nunca, as mulheres devem prestar atenção a qualquer sinal de alerta. Até pouco tempo atrás, as atenções voltavam-se preferencialmente para os homens, que eram as principais vítimas de doenças coronarianas. Mas a letalidade é hoje maior entre elas. Dados do Ministério da Saúde alertam que infarto e acidente vascular cerebral (AVC) são as principais causas de mortalidade em mulheres com mais de 50 anos no Brasil. Problemas cardiovasculares representam risco de morte até seis vezes maior do que o câncer de mama na população feminina.

A preocupação com a saúde cardíaca feminina começou a ganhar destaque há pouco mais de dez anos, com estudos mais apurados sobre a medicina de gênero e com novos dados sobre a mortalidade pela doença. Mas a conscientização é um processo que leva tempo. Não são apenas as mulheres brasileiras que sofrem com o desconhecimento dos riscos e medidas de prevenção. Segundo pesquisa realizada pela American Heart Association, 46% das americanas não têm informações sobre o assunto. A falta de cuidados preventivos e a demora para procurar auxílio médico podem agravar os riscos.

Fatores como estresse, sedentarismo e maus hábitos alimentares contribuem para que as doenças cardiovasculares apareçam. E a mulher está cada vez mais obesa, hipertensa e pratica poucos exercícios físicos. Aproximadamente 32% dos brasileiros apresentam sobrepeso. Essa taxa é de 38% para o sexo feminino e 27% para o masculino. Nos Estados Unidos, uma em cada cinco mulheres numa praticou qualquer atividade física.

A prática de exercício físico aeróbico de moderada intensidade pode reduzir o risco de desenvolver uma doença cardiovascular em até 40%. Mas os exercícios devem ser feitos de forma regular. No mínimo, 30 minutos ao dia e pelo menos três vezes na semana.

O tabagismo também é um importante fator de risco. A mortalidade aumenta em 31% entre mulheres expostas ao cigarro em casa ou no trabalho, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Por isso, é importante que as mulheres abandonem o uso de tabaco. Se necessário, deve-se utilizar a terapia farmacológica. O consumo de álcool também deve ser limitado. Estudos apontam que um cálice de vinho tinto seco por dia pode melhorar a relação entre o LDL e o HDL (os chamados mau e bom colesterol).

As mulheres ainda devem cuidar da alimentação, com uma dieta rica em frutas, fibras e vegetais. O peixe tem que fazer parte do cardápio, pelo menos, duas vezes por semana. As gorduras saturadas não podem ultrapassar o limite de 10% da energia total diária e as trans devem ser evitadas. As mulheres têm que ficar atentas aos níveis de LDL no sangue. O ideal é que ele esteja abaixo de 130 mg/dl, mas, se houver histórico familiar ou outras doenças que coloquem em risco o aparelho cardiovascular, a taxa deve ser menor que 100 mg/dl.

Portadoras de diabetes mellitus têm que redobrar a atenção. Mulheres diabéticas correm o risco de três a sete vezes maior de desenvolver uma doença coronariana. Nos homens com diabetes, esse risco é apenas duas ou três vezes maior.

A prevalência da hipertensão arterial aumenta progressivamente com a idade, sendo superior a 50% entre os idosos. Até os 55 anos de idade, um maior percentual de homens tem a chamada pressão alta. Dos 55 aos 74, o número de mulheres é discretamente maior. Mas, acima dos 75, o predomínio no sexo feminino é significativamente superior.

Mesmo caindo em um chavão, sempre vale a máxima de que a prevenção é o melhor remédio. Mulheres de todas as idades devem fazer uma visita anual ao cardiologista e adotar hábitos mais saudáveis.
 
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