Não só o barulho das brocas, mas a picada da anestesia e outros procedimentos odontológicos que causam dor desconforto fazem o paciente relutar antes de marcar uma consulta. Para essa questão, o ramo da odontologia evoluiu muito e hoje conta com uma prática cada vez mais utilizada e aprovada em todo o país, a laserterapia.

Fabiano Augusto Sfier de Mello, mestre e doutor em Laser Odontológico pela Universidade de São Paulo (USP) e diretor da Clínica Odontolaser, de Curitiba (PR), explica que existem diversos tipos de lasers que podem ser classificados em duas categorias: os de baixa e os de alta densidade de potência, mais conhecidos como cirúrgicos. “O laser de baixa densidade possui efeito analgésico, antiinflamatório e bioestimulante, sendo utilizado nos casos de aftas, herpes labial, queilite angular, trismos, parestesia, hipersensibilidade dentinária, pós- cirurgias e pós- intervenções endodônticas. Nesses casos, a laserterapia provoca um aumento da microcirculação local e da velocidade da cicatrização”. Mello lembra ainda que o laser, amplamente utilizado no tratamento de gengivite, reparara o tecido nervoso. “Na periodontia, o laser elimina a hipersensibilidade pós-tratamento, além de ter ação analgésica e antiinflamatória, acelerando a formação óssea e aumentando a aderência das fibras. Já no caso da implantodontia, o laser acelera a reparação óssea, melhorando a qualidade do tecido. Para o tratamento da gengiva, raspando e removendo o tártaro e a placa bacteriana, o laser substitui instrumentos manuais (curetas), garantindo maior rapidez sobre a reparação tecidual. Segundo Mello, no tratamento do canal (endodontia), o método convencional exigia mais de uma sessão até se retirar bactérias de dentro do canal do dente. Primeiro o dentista abria o canal e antibióticos eram colocados em seu interior. O procedimento era repetido ainda na próxima consulta e, somente na terceira, o canal era fechado. “O laser realiza tudo em uma única sessão, reduzindo bactérias que se encontrem até dentro do canal”, atenta Melo. Em relação à remoção de cáries, o profissional orienta. ”Em 70% dos casos é possível remover sem broca e sem anestesia, isso com a utilização do laser de alta intensidade”.

Odontopediatria - A fobia que a criança e o adolescente têm diante do dentista é muito maior do que se imagina e traz angústias e medos muito profundos. Quando não tratada, a fobia pode se manifestar na vida adulta. O laser elimina a dor e por isso tem aplicação muito importante também na odontopediatria. De acordo com a Dra. Andréa Malluf Dabul de Mello o tratamento com crianças pode ser realizado, inclusive, como trabalho preventivo, por meio do selamento de fissuras existentes nos meios dos dentes. Nestes locais, o laser funde o esmalte do próprio dente, promovendo sua recristalização e tornando-o mais ácido resistente. O selamento convencional, por ser à base de selante e de material artificial, á base de resina, não é definitivo. O laser é definitivo e não causa incômodo.