- Coletivas
- A coletiva de hoje para o Festival de Teatro passou rápido e olha que foram quatro! Passou rápido, porque todos tinham símbolos muito poéticos, lindos e sinceros. As peças apresentadas foram: “A Importância de ser perfeito” com a toda acidez de Oscar Wilde; “Nus, ferozes e antropófagos” nos prestigiando com envolvimento da França com o Brasil; a Cia de Atores do Rio de Janeiro apresentando três peças: “Como Estou Hoje”; “LaborAtorial”; e “Conselho de Classe”; e para fechar Guritiba 2014 apresentando os espetáculos para o público infantil.
- “A Importância de Ser Perfeito” nos mostra a escolha pela androginia para representar o posicionamento da mulher atual, é uma imagem associada ao feminino diferente e sem ser caricato mostra uma mulher real em sua essência. Tudo isso sendo interpretado por homens, não transvestidos de mulher, mas sendo mulheres.
- A história é baseada na obra de Oscar Wilde “ O primeiro desafio foi entender como daríamos vida a esse texto, em língua portuguesa, de uma forma gostosa aos ouvidos brasileiros. Nosso desejo foi o de fazer falar o Wilde da cena, do salão, do brilho de uma tirada sagaz que – efêmera – logo se esvai, dando lugar a outra, e outra, e outra... Num sedutor duelo de esgrima verbal”. A peça conta a história de um homem que usa identidade dupla para poder se divertir sem comprometer sua imagem de rico herdeiro e acionista das telecomunicações. Seu melhor amigo, Agenor Nabuco, se vale disso para invadir a fazenda de José e, então, conhecer a sedutora Cecícilia Feijó, sobrinha de consideração do amigo. Agenor é primo de Patrícia Lobato, por quem José está apaixonado, mas tia Augusta, mãe de Patrícia, é contra o relacionamento. Verdades, mentiras e impedimentos amorosos também farão parte da governanta Dona Glorinha com o Pastor Saulo Malaquias, até que uma história do passado vem à tona para mudar o rumo dos personagens.
- Sobre o nome da peça a equipe comenta: “A gente achou um nome que tinha a ver com a imagem, a imagem nítida, a imagem perfeita. E então a gente chegou a essa adaptação, perdendo uma parte da brincadeira e inventando outra. E uma coisa que eu aprendi durante todo processo de tradução, é que você sempre vai perder alguma coisa, porém a presença de Wilde é sentida durante todo o texto pela forma como foi inserida a Londres do século XIX ao XXI do Brasil”, disseram os atores emocionados com a interatividade em que o texto se faz pronto.
- A peça tem apresentações nos dias 4 e 5 de abril no Centro de Eventos Sistema Fiep, às 21h.
- “Nus, Ferozes e Antropófagos” prepara um encontro de brasileiros com franceses e nos convida a participar do processo de desenvolvimento da peça. “Nós vamos apresentar aqui um ensaio aberto de uma peça que só estreia dia 13 de maio na França. O festival acolheu uma parte deste processo criativo, desse trabalho em parceria com a Cia Brasileira, o Coletivo Jakart Mugiscué e Centre Dramatique National de Limousin da França”, explicou Marcio Abreu situando a construção deste projeto.
- A peça teve início de produção ha dois anos e surgiu do envolvimento entre os três diretores em sintonia com atores numa forma de troca de ideias por meio de encontros residenciais, estas trocas resultaram em “Nus, Ferozes e Antropófagos” que segundo a equipe “a base deste trabalho é a troca de intercâmbio de fato. E também o importante momento de encontro com o público”, diz Abreu.
- O ensaio trará uma comunicação em diálogos divididos em português e francês para exemplificar, externar uma “comunicação, bem como a impossibilidade de tentar se comunicar e não conseguir, também são assuntos em foco”, completa Abreu, ou seja, uma busca pelos clichês e questionamentos descritos nas duas nacionalidades.
- O ensaio acontece amanhã, 5 de abril às 21h, no Teatro Paiol.
- Cia de Atores: “Como Estou Hoje”; “LaboAtorial”; e “Conselho de Classe” três peças, três diálogos em sintonia mesmo que com personagens e histórias diferentes. “Como Estou Hoje” mostra um lado da imagem como aparência, um movimento de personagem e figurino que comunicam juntos “Ambos temos um trabalho de corpo forte e ele nunca havia dirigido um espetáculo teatral. Foi um desafio para nós dois e uma junção de forças e dos nossos desejos. É texto, direção, trilha, cenário, luz, tudo uma autoria muito forte dele. No figurino é que participei de alguma coisa”, conta Marcelo Olinto sobre o monólogo costurado em dois meses em conversas com o coreógrafo João Saldanha.
- Em “LaborAtorial” consiste em mostrar a cotidianidade de um ser ator em conduta com seus vários afazeres na sociedade, para ajudar e complementar a interpretação é feito uso de uma multimídia de telões, gravações em vídeo, música e interatividade real com o público “a peça começa na garagem do Sesc. Eu encaminho todo o público para o palco depois de uma apresentação do tema”, conta Saldanha e ainda fala “É como clássico essa linguagem física muito forte, o dizer falando pelo corpo e pelas palavras. Entre os assuntos entrou tudo o que a gente gosta, como moda, comportamento, convivência, lembranças, passado, futuro... é uma colcha de retalhos que dá conta de falar do indivíduo”.
- “Conselho de Classe” talvez tenha sido a que mais realista e profundamente acompanha qualquer ser que já esteve ao menos um ano em período escolar “A gente não se deixa engessar. Ter outros olhares que possam alavancar para outros lugares é fundamental”, comentou Olinto.
- Marcelo e João interpretam de maneira substancial com argumentos convincentes de um ambiente que marca todas as gerações e posso adiantar que com a riqueza de detalhes esta peça vai ser uma das mais bem faladas do festival, que se passa toda em um cenário de quadra de esportes com referenciais de escolas públicas brasileiras. As apresentações são nos dias 3 e 4 de abril às 21:30h no Sesc da Esquina.
- E para fechar a coletiva o “Guritiba” apresentou as atividades para este ano. Mais do que entretenimento para as crianças é o envolvimento dos adultos de forma conjuntas com os baixinhos, por isso este ano irão fazer parte da brincadeira espaços lúdicos com brincadeiras antigas que se adequam aos adultos “Esse ano o espaço conta com uma área lúdica para as crianças, com pipoca, cachorro quente, pode desenhar, pintar. Com isso nós queremos que entrem num ambiente lúdico para a criança se divertir no período de uma hora e trinta, uma hora e quarenta”, explicou um dos organizadores do “Guritiba”.
- Como contexto das brincadeiras e da decoração o tema escolhido foi espaço sideral. Em comum todas as Cia tem por objetivo estimular a criança a sonhar, promovendo um teatro para crianças de todas as idades.
- As peças a se apresentar são “Criaturas”, inspirado no livro Criaturas de Lú Lopes, acompanhado de musicais interativos, com apresentações nos dias 5 e 6 de abril, às 16h. “Sobrevoar” conta a história de quando Santos Dumont era criança, um menino que vive em uma dimensão de sonhos, onde desafios e obstáculos são vencidos após inúmeras tentativas. A peça tem apresentações nos dias 5 e 6 de abril às 19h e acontecem no ParkShopping Barigui – Park Cultural.
