- “Interestelar” é um longa audacioso e está a altura do poderoso Christopher Nolan que já provou a sua genialidade em “A Origem” (2010) e na trilogia de “O Cavaleiro das Trevas”, além é claro de outros sucessos do cinema como “Transcendence – A Revolução” (2014) que na minha opinião já havia sido um dos filmes mais geniais do ano por sua inteligência em transmitir a filosofia de um modo tão intenso.
- Em “Interestelar” Nolan não deixa de citá-la, aliás, para este longa a filosofia de modo geral é a base para a história, o diretor escolhe uma realidade diferenciada para mostrar o passado, o presente e o futuro, e tudo isso ao mesmo tempo. É um filme que vai entrar para a história e ouso dizer que supera “Gravidade” (2013), pois olhamos para um espaço próspero e além de um renascimento “Interestelar” aponta para uma conquista que se encontra dentro de nós.
- A história é sobre o engenheiro espacial Cooper (Matthew McConaughey) responsável por cultivar uma plantação de milho para alimentar a população mundial. Num futuro não muito distante deste nosso a comida será escassa e as plantações não mais serão em abundância por conta de várias pestes, a terra está se definhando aos poucos com constantes tempestades de poeira. Cooper está inconformado por perceber que as pessoas simplesmente estão mais preocupadas em sobreviver do que em buscar alternativas para viver.
- O filme a estrear no próximo dia seis de novembro constrói um ambiente entre as controvérsias humanas e científicas, para uni-las os irmãos Nolan – Christopher Nolan e Jonathan Nolan - colocam no roteiro a viagem ao espaço em busca por um novo lar, uma nova terra para se habitar. O personagem Cooper é o responsável por levar o grupo de cientistas até lá e tão logo descobre o real motivo pelo qual faz parte desta missão.
- A produção por si só é única, no sentido da perfeita harmonia em quase três horas de duração do filme, sintonia que Lee Smith alinha com certos depoimentos – como se fosse um documentário – de pessoas detalhando como foi a terra no passado. Estas cenas aparecem logo no começo e dão a entender que se trata de pessoas reais, mas que dão todo o sentido para a história em seu término.
- E não fica só aí. A trilha, o cuidado com os ambientes é muito bem colocado lembrando o longa “Gravidade” (2013) em manter o completo silêncio no espaço. “Interestelar” vai além de “Gravidade” e mostra o lado do ser humano em desperdiçar, em inovar e se reinventar. Este “poder” no homem propiciou ao roteiro estimular os personagens a obterem as respostas existenciais tanto por meio da ciência quanto por meio do amor e ter a resposta advinda do amor em meio ao que devasta é simplesmente instigante neste longa.
- Às atuações é difícil de elencar quem fora melhor, pois o texto ofereceu a cada personagem oportunidades maravilhosas para se destacar e todos conseguiram o seu momento. Mattew McConaughey, Anne Hathaway, Matt Damon, Jessica Chastain, Michael Caine, Casey Affleck, Thoper Grace, Wes Bentley e Ellen Burstyn estão em sincronia constante, mas destaco a jovem atriz Mackenzie Foy que interpreta a filha de Cooper quando pequena. Foy apresenta em cena força e graciosidade, com certeza é uma grande promessa de Hollywood.
- Filme de ficção científica sempre abre para várias discussões e “Interestelar” cumpre bem este papel para que surjam questionamentos sobre como tratamos o nosso ambiente. Vale muito a pena conferir.
