Álcool : uma questão social



Muito se fala hoje sobre a questão da dependência química, porém, na grande maioria das vezes, quando se fala em “drogas” são lembradas apenas as drogas ilícitas como a maconha, a cocaína, o LSD, o crack, que hoje é uma questão muito séria também.

Mas muitas vezes esquecem-se das drogas licitas e a maior, e mais consumida no Brasil, sem sombra de duvidas é o álcool. Será que ela causa menos danos que as drogas ilícitas? Na minha opinião, de quem convive a muito tempo com pacientes dependentes, posso afirmar sem nenhuma sombra de duvida que a resposta é “NÃO”. Por quê? É uma droga socialmente aceita e culturalmente difundida na nossa sociedade, isso leva a existir um numero muito maior de dependentes de álcool do que outras drogas. Isso, por conseguinte, não leva apenas o dependente ao “fundo do poço”, como também põe em risco milhares de outras vidas por diversos tipos de violência. O que está muito em voga agora em nosso país é a “violência” no transito. Mas será que esta é a maior brutalidade que o álcool causa? Mas uma vez, digo com propriedade que “não”.

Os danos neurológicos que o etanol causa é enorme e irreversíveis para quem abusa dessa substância. Vemos pessoas perdendo tudo o que construíram em uma vida toda devido ao álcool, uma droga considerada barata. Por quê? Simplesmente porque o álcool é uma “droga” que causa dependência química, que é uma doença crônica, progressiva, incurável e fatal..

Imaginemos um cidadão em situação de miséria! Ele se torna dependente do álcool, pois como muitos dizem “bebo para esquecer”. Esse individuo chega a tal ponto que para nos semáforos da cidade para esmolar. Imaginemos a seguinte situação: ele consegue uma esmola de R$ 0,50 em três automóveis, isso somaria R$ 1,50, com esse dinheiro ele vai a qualquer estabelecimento da sua comunidade e compra por esse valor uma garrafa de cachaça, dessas de garrafa plástica que vemos comumente hoje em dia. Essa bebida possui um etanol de baixíssima qualidade, o que causa um dano neurológico ainda maior do que o dano que causa ao cidadão que senta no bar e toma sua cerveja com os amigos e volta dirigindo sob efeito do álcool e muitas vezes nada acontece.

Ou seja, o individuo que vive na miséria e não tem carro para dirigir depois de tomar seu “pileque” não é tão fiscalizado, nem ele, nem o produto de baixíssima qualidade que consome, sendo assim, os estabelecimentos credenciados pelo SUS vivem lotados dessas pessoas, muitas já com demência alcoólica ou outras comorbidades causadas pelo uso prolonga.

Quem paga essa conta é o cidadão, o mesmo cidadão que reclama que o Estado não faz nada a respeito, o mesmo cidadão que escreve artigos sobre esse assunto e o mesmo cidadão que também não faz nada para tentar alterar essa realidade...

Ao mesmo tempo em que temos pobres no sentido material que estão destruindo suas vidas através de uma droga tão comum em nossa sociedade, temos também os pobres de espírito, que matam no transito por ter feito uso de álcool antes de dirigir, deputados voadores, que a 190 Km/h matam inocentes e não vão para cadeia.

Só deixo aqui uma questão, você nunca fez isso? Você nunca bebeu antes de dirigir? Se a sua resposta foi sim, repensem seus conceitos, seu carro pode não alcançar 190 Km/h como o meu também não alcança, mas pode matar pessoas da mesma forma.




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Rafael Leitoles Remer, Psicólogo CRP:08/09332
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