Estou pegando um hábito interessante nos últimos tempos.
Acordo de madrugada por volta das 04.00 hs e fico ouvindo...e ouço o som do silêncio.
Nada...algumas raras vezes o latido distante de algum cão.
Antigamente quando acordava ouvi pássaros..muitos pássaros.
E tinha também um galo que começava a fazer barulho por volta das 4 ou 5 horas.
Agora meu bairro quase não tem mais as casinhas de madeira que tanto me encantaram há quase 30 anos atrás.
Não tem mais quase pios de passarinhos.
Não tem mais o canto madrugador do galo.
O tal progresso está fazendo com que imensos prédios sejam construidos e que o passado seja inteiramente apagado de nossa memória.
Eu lamento profundamente isso porque o passado me tras coisas simples,de momentos de vida mais tranquilos e sem tanta busca pela perfeição.
Fui criada acreditando que o amor bastaria.
Que familia e amigos seriam o suficiente.
Que dinheiro se desse para comer e pagar as contas estava bom.
Meus pais me ensinaram a ser uma pessoa decente e que se preocupa com o próximo.
Hoje vejo que essa educação toda que recebi está (infelizmente) em desuso.
Fico horrorizada quando leio matérias de filhos matando os pais.
De irmãos se matando por herança.
De animais sendo arremessados pela janela para em seguida o assassino falar que foi culpa dos remédios.
De ver vidas perdidas,queimadas,violentadas por coisas tão pequenas.
Tenho lido muito sobre a possibilidade de ir para marte.
Se eu tivesse coragem iria.
O planeta terra e o Brasil,país que vivo e deveria amar, me enche de vergonha e repúdio.
Deve ser por isso que ando acordando tanto de madrugada.
Que os galos e passaros voltem a fazer o barulho da simplicidade.

Clau