Os Homens são Marte e é pra lá que eu vou

  • O que leva uma pessoa a desperdiçar o seu tempo e assistir “Os homens são de marte e é pra lá que eu vou”? Não era para ser e não foi nada interessante uma comédia que mais retrata um drama de um personagem batido, num universo que nem mais faz tão parte da mulher. História fraca, sem envolvimento, um desperdício total de orçamento que com certeza só se valorizou pelo seu casting repleto de “globais”: Paulo Gustavo, Mônica Martelli, Eduardo Moscovis, Daniele Valente, Marcos Palmeira, Humberto Martins, Irene Ravache, José Loreto e Herson Capri.
  • “Não era pra ser!” a frase que a personagem Fernanda (Mônica Martelli) mais disse durante o filme, e ela tinha razão o filme “Não era pra ser!”, bah! É impossível que ela, Mônica Martelli, como uma das roteiristas não tenha percebido que uma mulher não precisa mais ser retratada desta forma: Uma mulher quase que na casa dos 40, solteira, aparentemente bem sucedida, inteligente naquilo que faz que possui uma nóia em achar que a vida só faz sentido se o príncipe encantado aparecer (como se ele, o homem, fosse a resposta para a felicidade eterna). Nesta busca incansável por um homem perfeito Fernanda passa por situações que deixariam qualquer mulher no lixo.
  • “Usada” é uma boa palavra. A mulher deve ou não seguir um padrão social para ser considerada “adequada” a sociedade? Em “Os homens são marte e é pra lá que eu vou” a resposta é sim. Não sei qual a ideia inicial e acho que talvez este tema dê muito certo no teatro, mas senti falta de mostrar ao espectador uma mulher que podia sim ser insegura e querer um relacionamento sério, mas que também ela entendesse este conceito dos homens pertencerem à Marte e daí partir para valorizar a essência da intuição da mulher. Infelizmente mostra a ideia de uma eterna “escravidão”, sabe? De ter de mostrar serviço a tudo e a todos, sem nem saber o porquê de viver.
  • Não é a primeira vez que comento isso, mas os filmes brasileiros tem o dom de vender uma classificação e ser outra. Este filme é de comédia, mas em cena é um nítido um drama vivido pela personagem Fernanda, nem os exageros do sócio Aníbal (Paulo Gustavo), com claríssimo estereótipo gay e que ainda lembravam e muito outro personagem do ator, em “Minha Mãe é uma Peça”, garantiram que o filme fosse de fato uma comédia – Não que “Minha Mãe é uma Peça” tenha sido uma comédia, ta?!  
  • Tem um certo preconceito que é encalacrado (palavra que Paulo Gustavo gosta de dizer quando está apresentando o seu stand up) e por mais que pense que é algo natural e que não foi bem assim que quis dizer o preconceito está ali latente. Comento isso pela necessidade de se colocar piadas prontas com estereótipos de gays, de negros, de gordos, de magros, de profissões ruins para se formar, de cabelos estranhos no intuito de que são fáceis de assimilar. Isso é tão chato! Os atores poderiam ser mais bem aproveitados de maneira a exaltar o seu real talento, e eles têm muito talento.
  • A personagem de Fernanda não busca um amor, até porque quando ela encontra alguém que a deseja fica claro o desejo dela pelo estético, o superficial, tipo propaganda de margarina, sabe?! O que ela procurava na verdade era se igualar no meio social e ela tinha tanto potencial para ser mais na trama. Além, claro de um remédio ansiolítico, porque ô mulher pra ter tique nervoso! Toda hora que encontrava um pretendente em potencial baixava um exu nela e parecia que a cabeça ia sair do corpo. E ê! Foi uma pena, porque eu vou assistir com a ideia que talvez possa ser legal, mas sempre é a mesma coisa. Podia ser o roteiro, podia ser os atores, mas acho que a falha está no mercado brasileiro que acha que os seus espectadores não merecem assistir coisa boa.
  • Se você quiser tirar a prova e assistir o filme é só aparecer no dia 29 de maio nos cinemas.
Última atualização em Qua, 28 de Maio de 2014 09:01  
Copyright © 2011 Acontece Curitiba. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por LinkWell.