Conferimos A 100 Passos de um Sonho

  • Um saboroso filme estará nos cinemas quinta-feira (28), “A 100 Passos de um Sonho”, promove um encontro da essência do prazer com a paciência do conviver e respeitar. Com o tempero de Steven Spielberg, Oprah Winfrey e Juliet Blake a produção acerta a mão e escala atores esplêndidos retratando uma disputa pelo melhor sabor. A escolha não poderia ser mais excêntrica: França versus Índia quem ganharia a guerra gastronômica?
  • Uma família indiana decide se restabelecer no polo da gastronomia mundial. O objetivo de Papa Kadam (Om Puri) era o de continuar a servir os pratos cuidadosamente ensinados por Mama (Juhi Chawla), sua querida esposa. Seu filho Hassan Kadam (Manish Dayal) é um exímio cozinheiro, mesmo sem qualificação apresenta pratos com a mesma sabedoria de um grande chef de cozinha. A nova casa, o novo empreendimento e a vizinha teimosa Madame Mallory (Helen Mirren) são alguns dos obstáculos que a família Kadam terá de enfrentar.
  • Quando assisti ao trailer do filme percebi que seria uma trama quente, daquelas que te envolvem e fazem você sentir vontade de estar em meio à história e degustar do que tanto eles falam. Realmente a essência de “A 100 Passos de Um Sonho” é esta mesmo, porém o que se obteve depois de seu término é a sensação que faltou algo a se encaixar.
  • A maneira como é manipulada as comidas, os objetos usados extremamente limpos e as panelas costuravam a maneira como o roteiro de Steven Knigth quis nos reportar a beleza da cozinha, definindo-a como uma arte que vem muito mais da alma do preparo do que nas experiências acadêmicas.
  • Aliás, Knight foi muito feliz em mostrar a cozinha, a diferença entre culturas, porém se perde em oferecer ao público o amor dos personagens. Parece que a alma de Hassan está na cozinha e a comida é a sua extensão, mas ele não consegue completar-se de maneira considerável quando há um amor em evidência. Por que não? O roteiro não respondeu. Houve todo um cuidado na aproximação dos personagens de Hassan e Marguerite (Charlotte Le Bom) que quando foi possível ver o carinho entre os dois, simplesmente transformou-se de um jeito muito estranho em rivalidade, não uma rivalidade querendo ficar junto (coisa de quem gosta), mas uma rivalidade que não suporta o sucesso do outro.
  • Essa incógnita transformou a temperatura do prato principal morna e sem sal. A partir disso o filme tornou-se óbvio e sem emoção. A história perdeu o ritmo, mas os atores a seguraram muito bem, mesmo porque Helen Mirren consegue dar show sempre e para minha surpresa os atores a quem acompanhavam em cena não deixavam por menos e aturam a altura da grande estrela. Quem dirigiu a trama adaptada de um romance escrito por Richard C. Morais (2010), de mesmo nome, foi Lasse Hallström.
  • A família Kadam, em especial, é um esquete tragicômico. Em praticamente todas as cenas é possível identificar um deboche, um olhar, um excesso engraçado que define muito da simplicidade com que a vida deveria ser levada, e principalmente da importância em se ter a família por perto.
Última atualização em Seg, 25 de Agosto de 2014 15:39  
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