- Isolados
- A mente pode construir verdadeiras fortalezas no nosso intelecto, o drama escrito por Mariana Vielmond chega ao extremo, você vai sentir uma terrível angústia quando assistir “Isolados” no cinema, uma das últimas produções em que o ator José Wilker participou.
- Lauro (Bruno Gagliasso), um jovem psiquiatra, leva Renata (Regiane Alves), sua namorada, para um final de semana tranquilo em meio à natureza. Chegando à afastada cidadezinha Lauro descobre que há um assassino à solta e que seu alvo são as mulheres, mesmo assim ele e sua namorada se hospedam numa linda casa de campo. Lá os dois serão vítimas das peripécias da mente.
- É bom quando a gente vai ao cinema e sente orgulho de uma obra nacional. “Isolados” é um filme muito bom, complexo e angustiante, conseguiram finalmente produzir um filme com um toque de suspense interessante. Eu até me assustei em vários momentos, a trilha sonora deu todo o toque verídico a trama mantendo-se durante todo o filme.
- O roteiro de Mariana Vielmond é inteligente, faz o espectador pensar e o resultado ao final da trama aparece do jeito que se espera, mas não da forma tosca e previsível, e sim da maneira calculista e instigante. É um filme que quando a gente assiste se assusta com o toque do telefone, isso só se consegue quando o texto é bem escrito, e, é óbvio, quando se presta atenção.
- Alguns papéis perseguem certos atores, uns aproveitam e outros caem no esquecimento. No caso de Bruno Gagliasso é diferente, o ator vem colecionando bons papéis e um em especial ao qual interpretava um rapaz com problemas psíquicos fez o lembrar nesta obra nos cinemas.
- Gagliasso dá vida a um médico psiquiatra que namora uma ex- paciente representada por Regiane Alves, os dois começam como personagens sem sal, mas que crescem voluptuosamente durante a história. Bruno surpreende e mostra dois lados de um mesmo personagem e nem percebemos, já Regiane apresenta nuances de várias personalidades, muitas vezes não era fácil de compreendê-la, porém o texto de Vielmond salva do jeito mais simples e digno. Fiquei orgulhosa.
- Apesar da pequena notoriedade do papel de José Wilker, vê-lo em cena bateu a ideia da sorte que cada um daqueles atores e pessoal da produção teve em contracenar, dialogar com esta figura que representa ao Brasil toda a história de telenovelas, séries e filmes. E que bom, o filme é muito interessante, esta obra será mais uma de suas preciosidades artísticas.
- Desta vez, eu me inflo para que você vá assistir “Isolados” no dia 18 de setembro. É torturante, como em todo filme de suspense bom, mas esta angústia vale a pena ser superada pelo orgulho de assistir a uma história bem escrita.
