Conferimos "Rio eu te amo"

  • “Rio, Eu Te Amo”
  • Essa semana o Rio de Janeiro será eloquentemente lembrado através de “Rio, Eu Te amo” nos cinemas. Um elenco de garbo e elegância estará nas telas revelando o olhar da coletividade de diretores sobre a cidade maravilhosa, uma das mais visitadas do Brasil. E apesar da insistência comercial inflar diante dos nossos olhos, nem o perfume, nem o sorvete e nem a cervejinha conseguiram desmerecer o valor imprimido da obra.
  • Que há um encanto nesta cidade é inegável e a ideia partiu do filme “Cidades do Amor” que uniu dez curtas de diretores nacionais e internacionais para a produção do filme “Rio, Eu Te amo” com a premissa de que todos iriam revelar o amor que sentem pela cidade do Rio de Janeiro. Andrucha Waddington, Paolo Torrentino, Fernando Meirelles e Cesar Charlone, Stephan Elliott, John Turturro, Guillermo Arriaga, Im Sang Soo, Carlos Saldanha, Nadine Labaki e José Padilha dirigem uma característica de cada bairro carioca.
  • O nome dos curtas transformado em filme tem amor, mas me pareceu também um desabafo daquilo que era e naquilo em que se transformou uma cidade que carrega o fardo de ser maravilhosa. Em vários aspectos percebi que a ilusão é a característica mais usada dentre os roteirista – muitos dos roteiros foram dos próprios diretores – a união feita a partir do olhar de cada roteiro mostra um lado bom e um lado ruim de uma situação, ou ambientação a ser explorada.
  • Dentre todas as histórias, duas me chamaram mais atenção. O curta de título “Dona Fulana” onde Fernanda Montenegro interpreta uma mendiga, apresenta uma personagem ao qual Fernanda se mostra da maneira mais pura e linda possível, havia um sentindo tão genuíno ao mostrar os moradores de rua que foi sucumbido por um roteiro tímido, dirigido por Andrucha Waddington ao qual deixou de revelar algo a mais para a história. Fez dos moradores de rua seres felizes com a condição miserável.
  • A interpretação de Eduardo Sterblitch é horrível, a suas cenas com Montenegro revelam a sua inexperiência, ele nitidamente deixou a figura da grande atriz ofuscar o seu talento. E o papel não era difícil. Houve uma fala de D. Fulana que me encantou, o neto diz a ela que está suja. E ela responde dizendo: “Estou suja da vida”. Fernanda Montenegro simplesmente acontece em cena. Já era de se esperar...
  • A outra história foi tão envolvente e ao mesmo tão triste de ver um retrato do sofrimento e falta de perspectiva de muitas crianças de rua pelo Brasil. Com um humor sarcástico a história de Nadine Labaki, “O Milagre”, expõe a vinda de um casal de atoes famosos ao Rio e que se deparam com um menino de rua a espera de uma ligação no orelhão. Está ligação é de Jesus, sim dele mesmo. O menino é convicto de que fala com o filho de Deus e os surpreende ao mostrar a caixa postal do tal telefone.
  • Este menino em especial contracena com Harvey Keitel que já protagonizou filmes maravilhosos em Hollywood, um que eu gosto muito é “Bastardos Inglórios” (2009), a mágica deste curta é que a simplicidade do menino dividindo a cena com Keitel é emocionante. Este menino parece que já nasceu para ser ator, e, claro, com toda a experiência do veterano a cena ficou perfeita.
  • Em suma é interessante ressaltar que os diretores tinham tudo para fazer destes curtas pura e verdadeiramente uma oportunidade para vender um cartão postal que é a cidade do Rio de Janeiro, porém principalmente os diretores estrangeiros conseguiram aliar o olhar turístico sobre o local com a construção da identidade social que o carioca demonstra.
  • Entre os notáveis artistas dos outros curtas estão: Basil Hoffman, Wagner Moura, Rodrigo Santoro, Marcelo Serrado, Claúdia Abreu, Vicent Cassel, Bebel Gilberto, Emily Mortimer, John Turturro e Vanessa Paradis. “Rio, Eu Te Amo” vai para os cinemas no dia 11 de setembro.
Última atualização em Qua, 10 de Setembro de 2014 08:46  
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