- Nesta quinta-feira (2) a diversão está garantida nos cinemas “Os Boxtrolls” vêm aí com um texto muito inteligente e bem humorado, acompanhado de uma animação supimpa feita não só para as crianças como também para os adultos. Com direção de Graham Annable e Anthony Stacchi a história fala sobre a relação de poder e valores sociais.
- As criaturinhas simpáticas e bonitinhas do subterrâneo vivem fugindo do perigoso Archibald Snatcher que acusa os Boxtrolls pelos constantes roubos na cidade. Para garantir a sobrevivência de seus companheiros Ovo, um menino que fora criado junto das criaturinhas, se arrisca na superfície em busca da libertação dos membros da sua família, sequestrados pelo vilão da cidade.
- Da mesma produtora de “A Noiva Cadáver” (2004), “Coraline e o Mundo Secreto” (2009) e ParaNorman” (2012), a Laika Entertainment aposta em mais uma animação com a adaptação do livro “A Gente é Monstro!”de Alan Snow. Os Boxtrolls mostram um universo escuro, porém iluminado por seres fofos que se denominam pelas caixas aos quais vestem. Ovo o único menino que vive com eles, foi criado por “Peixe” um Boxtrolls muito carinhoso e tímido, a diferença entre eles não é exaltada mesmo Ovo sabendo que há algo de diferente nele.
- A pureza com que a história nos remete aos valores sociais é maravilhosa. Tratar destes assuntos sem ficar pedante e chato é um desafio e o filme cumpre com maestria, tudo por conta de um texto coerente que não trata a criança como um “vegetal” ingênuo e tolo. Mesmo usando a técnica de filmes como a “A Fuga das Galinhas” (2000) Graham e Anthony conseguem dar alta definição na arte, o desenho em si parece mais computadorizado do que feito frame por frame à mão.
- Os filmes da produtora sempre seguem uma linha mais triste e carregada, sombria como havia dito acima, nas animações anteriores pode-se ver a mesma questão vinda por meio de almas, seres de outro mundo aos quais representam os excluídos de modo geral. Questão que a faixa infanto juvenil discute internamente sobre como está sua popularidade, sobre como as pessoas o veem.
- Em “Os Boxtrolls” é possível reconhecer a referência de dois universos: os chamados de monstros e de onde vivem os mocinhos, pelo olhar do diretor os monstros são os humanos por conta de toda a sua imponência em se achar dono do mundo, enquanto que as criaturas do subsolo usam da criatividade e do companheirismo para viver, apesar de apresentar um comportamento permissivo diante do opressor.
- O vilão Snatcher é multi, surpreende em assumir um papel transvestindo-se de mulher em busca de alianças para o poder. Há sempre um questionador e nesta história os questionamentos ficam a cargo dos comparsas do vilão, durante o filme será levantados vários “por quês” sobre suas ações a fim de corrigir, entender o que estão fazendo, terminando numa reflexão nos créditos de como pode ser difícil à realização de toda a produção de um filme em stop-motion. A cena fica muito divertida, pois eles brincam com o trabalho, aproveitam para dizer que o retorno financeiro é muito pouco. É... Não tá fácil pra ninguém!
- Assista “Os Boxtrolls” e divirta-se, mas não esqueça: fique para assistir as cenas dos créditos.
