Conferimos “Whiplash - Em Busca da Perfeição”

  • Tá aí a primeira cabine do ano e começamos muito bem, “Whiplash - Em Busca da Perfeição” retrata o mundo da arte, mais especificamente o da música, sendo mais especifica ainda de quem a toca. Os amantes do jazz irão amar este longa que respeita o estilo musical em sua essência e acima de tudo mostra que nunca se chega a uma perfeição – o jazz é aperfeiçoado diariamente e quem o toca tem de senti-lo mais do que simplesmente tocá-lo.
  • Quem ama música e toca algum instrumento sabe que o treinamento é base para que o som saia perfeito e ainda assim não será o suficiente para corresponder tudo o que está contido na melodia. Em “Whiplash - Em Busca da Perfeição” relata exatamente esta essência, como o título já diz a busca pela perfeição é o objetivo de Andrew Neyman (Miles Teller) que sonha em ser um dos melhores bateristas da sua geração, para que isso seja possível ele vai aprender com o melhor regente, o Sr. Terence Fletcher (J. K. Simmons), maestro competentíssimo, professor e colecionador de vários prêmios com sua regência e indicações. Porém, a dedicação de Neyman talvez não seja o suficiente para Fletcher que sem piedade o faz ultrapassar quase todos os seus limites.
  • Uma história inspiradora digna de ganhar muitos prêmios, este filme foi o grande vencedor do Festival Sundance em 2014, como melhor filme segundo o público e de melhor diretor. A história é baseada na vivida pelo diretor e roteirista do filme, Damien Chazelle, que diz ter sido intimidado por seu regente na adolescência. “Whiplash” nome do filme e música tocada como base dos ensaios de Neyman existe e é uma melodia com um tempo diferenciado para os jazzistas, pois exercita a velocidade dos tempos (tempo refere-se a contagem dos tempos de cada nota na partitura) na música.
  • Milles Teller interpreta um garoto de 19 anos que sonha ser um baterista conhecido pelo seu talento, o ator consegue transmitir em cena uma beleza estonteante na ambição que seu personagem demonstra. Teller que tem a experiência de tocar bateria desde os 15 anos de idade (ele tem 27 anos) imprimiu ao texto veracidade e principalmente uma entrega ao personagem, visto que seu sangue de verdade é deixado em várias cenas nas baquetas e no instrumento.  
  • J. K. Simmons é incrível, não é a toa que ele foi indicado ao Globo de Ouro e ao Screen Actors Guild Awards ao prêmio de melhor ator coadjuvante pelo papel em “Whiplash”. Com uma expressão marcante Simmons interpreta com maestria (literalmente) o rigoroso professor de música. Em todas as suas cenas, não teve uma em que eu possa dizer que não soou clara, ou verdadeira todas tinham muita força e muita tensão, aliás, havia uma vibração concisa entre Simmons e Teller que propicia ao filme tornar-se tão instigante.
  • As cenas em conjunto da banda tocando e citando jazz são incríveis, sobretudo a última que determina onde é, ou onde estaria a perfeição, o limite da música. Isto é pontuado com o jogo de luz acima do maestro e acima do baterista. E melhor ainda terminou com o meu desejo de aplaudi-lo como em uma apresentação verdadeira de música.
  • Chazelle se preocupa com os fechamentos de cada diálogo, é uma obra que tem um belo aproveitamento de câmera, não tendo medo de mostrar o rosto, a expressão de cada personagem. “Whiplash - Em Busca da Perfeição” tem estreia para o dia 8 de janeiro e fez jus ao seu nome. É maravilhoso no som e em cena.
Última atualização em Ter, 06 de Janeiro de 2015 16:53  
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