Um retrato de Sila Lima


Sila Lima é artista há doze anos (supondo poeticamente que já não nasceu artista). Aos cinco anos de idade, Lima pintou 20 imagens em tamanho grande para a coreografia de formatura da escola (a música era Aquarela, de Toquinho).

“A arte em si é uma atividade feminina”, diz ela em referência a algo intangível como a intuição (mais forte nas mulheres, dizem), a percepção de processar muitas coisas e transformar em algo único. “Talvez por isso mesmo o mundo das artes não seja tão injusto em relação às mulheres como outras áreas mais cartesianas”, completa.



Suas primeiras influências foram duas mulheres: a mãe (professora de pintura) e a avó (ceramista).           

Lima se formou em Publicidade e fez MBA em Marketing, trabalhando nesta área durante alguns anos. Em 2001 resolveu “dar um tempo” e fez uma longa viagem pelos Estados Unidos. Na volta procurou se recolocar no mercado de trabalho, porém nada emplacava. Foi então que começou a pintar, inicialmente sem compromisso, para ocupar seu tempo.

“A arte me pegou novamente”, conta a artista que passou a emplacar uma exposição atrás da outra, fazendo contatos, recebendo encomendas. “Fiquei muito feliz ao perceber a diferença que uma tela minha fazia na vida das pessoas”.           


Em resposta sobre seu estilo artístico para as pinturas, Sila diz que seu trabalho tem muito a ver com “romper os esquemas tradicionais”, captando estímulos para posteriormente vê-los fragmentados em expressão de cores e texturas, a tela como um organismo vivo, que se mexe, dona de uma profundidade que nem todos podem captar. “Trabalho muitas camadas, vou e volto na tinta, repenso, refaço, repinto, estudo transparências, sobreposições. E quando finalmente atinjo meu objetivo percebo que a realidade tem um ritmo muito peculiar de movimento, que se imortaliza no tempo através da tela”, explica.           



Dentre as fortes lembranças que a artista guarda em sua trajetória, Sila Lima se orgulha de ter seu trabalho exposto (a convite da Fundação Cultural de Curitiba) nos 320 anos da cidade. “Estar entre os 10 artistas que participaram desta iniciativa me deixou muito orgulhosa”, lembra com satisfação. O fato de ter obras em mais de 20 países também a deixa muito feliz por perceber que a conexão entre o artista e o público, a capacidade de transpor barreiras culturais e geográficas.


Equipe Acontece Curitiba

Última atualização em Dom, 21 de Abril de 2013 16:00  
Copyright © 2011 Acontece Curitiba. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por LinkWell.