Apalpar pulso versus derrame

 

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), ou derrame, uma das doenças que mais provocam mortes no mundo, pode ser prevenido de maneira simples. Apalpar o pulso é um modo de verificar batidas irregulares do coração, ou seja, a fibrilação atrial, um tipo de arritmia que faz com que o átrio deixe de contrair, acumulando sangue e formando coágulos. Essa arritmia, de acordo com o cardiologista do VITA Curitiba Marcel Rogers Ravanelli, é uma das principais causas do AVC - doença que resulta da falta de sangue no cérebro pela obstrução de algum vaso.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a fibrilação atrial atinge aproximadamente de 1,5 milhão de brasileiros. Além disso, pacientes com este tipo de arritmia cardíaca têm cinco vezes mais probabilidade de ter um derrame. "Quando o paciente tem fibrilação, o AVC pode ser mais grave porque a arritmia atinge partes grandes do cérebro", alerta Ravanelli.

Outros agravantes da doença - Informações do Ministério da Saúde mostram que o AVC foi responsável por uma média de 170 mil internamentos anuais entre 2004 e 2010, com um índice de óbitos que chega a 60% após o período de um ano. Os números podem ser reduzidos, de acordo com Ravanelli, se hábitos saudáveis forem cultivados entre a população. O especialista explica que a hipertensão, ou pressão alta, é também responsável por um índice alto de derrames, cerca de 80%. "Entretanto, cardiopatas, diabéticos, fumantes e pessoas com colesterol alto também estão correndo risco", afirma. Alcoolismo, sedentarismo, má alimentação, obesidade e estresse também agravam o quadro desse grupo mais propenso a desenvolver um AVC.

Ravanelli explica que os sintomas do derrame aparecem de forma súbita e intensa. "Perda de força ou amortecimento do braço, perna ou face, geralmente apenas de um lado, é um dos principais", destaca. O médico lista, ainda, dor de cabeça, perda do equilíbrio e da visão, além de dificuldade para falar e compreender o que está sendo dito. "Se qualquer um desses sintomas surgirem, o paciente deve ser levado a um neurologista o mais rápido possível, o atendimento deve ser feito no máximo quatro horas e meia após o aparecimento de algum sintoma súbito", salienta o especialista.

Equipamento moderno como solução - Um aparelho multifuncional, para diagnóstico e tratamento de Acidente Vascular Cerebral (AVC), ainda não é tão conhecido entre as pessoas que sofrem ou correm risco de sofrer com esse problema. A opinião é do médico João Rafael Argenta Sabbag, neurologista do Hospital VITA Batel. O médico afirma que o Ecodoppler Transcraniano, disponível no hospital, tem a função de avaliar a circulação intracraniana e assim permitir o diagnóstico de obstruções ao fluxo sanguíneo cerebral, seja ela por doença cardíaca ou da própria circulação que irriga o encéfalo.

O Ecodoppler Transcraniano facilita, portanto, o diagnóstico de um AVC, segundo o médico. "Ele evidencia qual artéria está ocluída, se existe circulação colateral que mantém fluxo de sangue e, portanto, qual a chance de melhora da área de penumbra". Essa área, de acordo com Sabbag, é a parte em que houve isquemia, ou falta de sangue, mas cujos neurônios não morreram. Ainda como forma de diagnóstico, o aparelho permite a observações de obstruções (trombos, coagulação de sangue dentro dos vasos, e êmbolos, quando coágulos ou placas de gordura quebram ou se soltam da artéria carótida) e a verificação das condições de comunicação entre os lados do cérebro.

Suspeitos ou portadores de comunicação entre os dois lados do coração, com ou sem correção cirúrgica, tem uma ferramenta importante de diagnóstico de tal comunicação com o uso do ecodoppler transcraniano com monitorização por microbolhas. Associado à avaliação neurológica, confirma morte encefálica, o que facilita o processo de doação de órgãos.

Terapia - Como função terapêutica, o aparelho aumenta a eficácia do uso de trombolíticos, ou seja, de medicamentos que dissolvem o coágulo decorrente de um AVC causado pela falta de fluxo sanguíneo no cérebro (o tipo isquêmico, correspondendo a 85% dos casos). "Ele aumenta a efetividade da recanalização em torno de 42% em relação a apenas o uso de trombolítico", afirma o neurologista. Isso é possível por meio do ultrassom aplicado pela máquina e a infusão de microbolhas.

 
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