Conferimos"12 Anos de Escravidão"

 

  • Pode parecer chocante ver a violência por conta da mínima inteligência de alguns que se intitulam como superiores a uma falsa minoria. A violência é gratuita, física e psicológica. Quem ouve, sente, sofre nunca esquece e ela permanece como uma dor crônica alojada não coração, mas na alma.
  • A verdade assusta e as cenas de 12 Anos de Escravidão mostram nua e crua a dor do povo negro hostilizado durante um tempo em que faltavam leis que dessem conta de dar suporte para uma vida digna. A história é baseada em um caso verídico de Solomon Northup, negro livre do norte dos Estados Unidos, que foi sequestrado em 1841 e vendido como escravo a fazendeiros do sul estadunidense.
  • Definitivamente é um dos filmes em que mais se aprofunda o sofrimento e angústia sofridas pelos negros naquela época e sabendo que a história é verídica é inevitável a comoção. É realmente algo que se sente até hoje quando se fala em racismo, um tabu que é tratado neste filme de forma forte e que muitas vezes, deixa o coração apertado e até lágrimas chegam a correr no rosto por se envolver a brutal situação vivida pelos personagens do filme.
  • Como pode algo que se passou em 1800 ser tão palpável nos anos 2000? Retrocesso ou estagnação? Por quê a história traz um ar de: não mudou nada? A geração atual incomoda-se não com a violência física, mas com a violência do olhar, do elogio forçado e desinteressado, do “não foi isso que eu quis dizer”, ou do “fulano é que nem você”. Este conceito de preconceito atual a qual chamo de maquiado é um dos piores vírus, cheira mal e passa de geração a geração de forma crônica como a dor dos nossos antepassados: negros valentes.
  • O filme está em destaque e concorre a nove estatuetas no Oscar, inclusive com indicação a melhor filme e a melhor diretor. Já premiado no Globo de Ouro como melhor drama e vencedor da tradicional prévia inglesa do Oscar no prêmio da Academia Britânica de Artes da Televisão e do Cinema (BAFTA) no domingo passado, 16, como melhor filme e melhor ator, Chiwetel Ejiofor, pelo papel de Solomon Northup. O elenco conta ainda com Brad Pitt, Michael Fassbender, Benedict Cumberbatch, Paul Dano e Paul Giamatti. Destaco o personagem “Patsey”interpretado por Lupita Nyong'o, a atriz não é muito conhecida, mas tenho certeza que depois deste papel outros mais aparecerão.
  • E com as palavras do diretor Steven McQueen: “É um filme sobre onde estivemos, onde estamos e para onde vamos nesse debate sobre a raça”.
  • Jornalista Ana Claudia Justino

 

Última atualização em Ter, 18 de Fevereiro de 2014 16:19  
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