Gigantes da Era do Gelo



Três diferentes pontos do ParkShoppingBarigüi serão invadidos por seres pré-históricos a partir do dia 1° de junho. Trata-se da exposição Gigantes da Era do Gelo, inédita no sul do país, com 11 réplicas dos maiores mamíferos do período Paleolítico que viveram há mais de 12 mil anos. São reproduções fidedignas dos animais, com descrições científicas de cada espécie. Com curadoria do argentino Cláudio Nathan, a exposição tem entrada franca e visitas guiadas para escolas.

Esta é mais uma ação que faz do ParkShoppingBarigüi o shopping mais cultural de Curitiba. “O ParkShoppingBarigüi procura sempre trazer eventos culturais e educativos, que despertam o interesse do público de todas as idades. Com esta exposição, presenteamos nossos clientes com informação e entretenimento em um único evento”, enfatiza Silvia Pires Omairy, gerente de Marketing do shopping.

As réplicas expostas são do mamute, rinoceronte-lanudo, rinoceronte-de-chifre-grande, alce-gigante, auroque, urso-das-cavernas, tigre-dentes-de-sabre, castor-gigante, mapinguariçu, gliptodonte e do moa, a maior ave não-voadora, originária da Nova Zelândia e cujos ovos mediam 24 centímetros de comprimento. Todas as réplicas são acompanhadas de explicações e curiosidades, que ajudam a entender melhor a história do planeta Terra.

Privilegiando seu caráter educativo, a exposição também estará aberta às escolas, que poderão fazer visitas guiadas por alunos do curso de Ciências Biológicas e Medicina Veterinária da UTP. As visitas guiadas também são gratuitas e devem ser agendadas por telefone (41) 3317-6150 e poderão ser feitas de segunda a sexta-feira, das 11h às 16h, para grupos de, no máximo, 30 alunos. Cada visita tem duração aproximada de 40 minutos.

Para ampliar ainda mais o caráter educacional da exposição, o ParkShoppingBarigüi também coloca no ar um hotsite com todas as informações científicas sobre os Gigantes da Era do Gelo, o que auxiliará nas pesquisas e trabalhos escolares. “A exposição é um programa imperdível para estudantes, curiosos e de interesse de toda a família. Vale a visita como dica cultural e ótimo entretenimento para a agenda de junho”, destaca Silvia Omairy.

A exposição, que chegou ao Brasil no segundo semestre de 2011 e já foi vista por mais de dois milhões de pessoas nos shoppings da Multiplan, fica em cartaz até o dia 24 de junho em Curitiba.

Pesquisa e criação

“Gigantes da Era do Gelo" é uma exposição que consumiu mais de dois anos de trabalho de um time de paleontólogos da PaleoWorks, chefiados pelos tchecos Radek Labuta e Zdenek Triskala, que desenharam os animais baseados em métodos científicos de reconstrução em Paleontologia. Dentre os materiais que dão formas às réplicas estão o poliuretano, a resina e fibras naturais, todos eles usados para que os animais tenham a aparência mais real possível.

SERVIÇO: Exposição Gigantes da Era do Gelo

Local: ParkShoppingBarigüi

Data: 01à 24 de junho

Horário: durante o horário de funcionamento do shopping

Entrada: Gratuita

http://www.gigantesdaeradogelo.com.br

Saiba mais sobre cada uma das espécies expostas:

Mamute

Mammuthus primigenius

Seu habitat geográfico:

Europa, Asia, América do Norte

Sua presença temporal:

Do meio do pleistoceno até o final do pleistoceno

(700.000 anos até 10.000 anos)

Descrição: Os mamutes foram uns animais poderosos com patas relativamente curtas, adaptados à vida na tundra, nas estepes cobertas e na beira da taiga. Sua cabeça é maior e mais alta que a do elefante. Na moleira estavam os nódulos, que representam o ponto mais alto do corpo do mamute. As presas grandes de 4 metros de comprimento estavam dobradas para cima e eram usadas como rastelo para abrir caminho na neve. Para se proteger de um clima tão difícil, os mamu tes tinham uma pelagem longa de cor preta e parda, chegando até o vermelho.

Sua tromba terminava de uma maneira diferente da que possuem os elefantes atuais. O “dedo” de cima era parecido com o de alguns elefantes contemporâneos, enquanto “dedo” de baixo no caso dos mamutes foi substituído por uma larga faixa móvel. Os mamutes viviam em grupo, como os elefantes contemporâneos.

Segundo as plantas encontradas entre seus dentes e os restos em seus estômagos, se alimentavam com vegetação herbosa das estepes árticas.

Curiosidade: os restos dos mamutes se encontram às vezes em excelente estado graças a um “refrigerador natural” – o permafrost (terra,  gelo e rochas permanentemente congelados). Neste caso se conserva perfeitamente também o DNA. Compara ndo seu DNA com o dos elefantes atuais, descobriu-se que os mamutes são parecidos com os elefantes da África, o que provoca contradição com a sua semelhança morfológica mais estreita com os elefantes da Índia. Além das partes brandas são conservados naturalmente também os ossos e as presas, muito procuradas hoje em dia por conta da proibição internacional do tráfico de marfim.

Rinoceronte-lanudo

Coelodonta antiquatis

Seu habitat geográfico:

Europa e Ásia

Sua presença temporal:

700.000 até 10.000 anos

Descrição: O rinoceronte-lanudo se adaptou muito bem às condições extremas. Tinha uma pelagem parda e vermelha, que lhe protegia do frio. Seus dentes com coroas aguçadas e altas facilitavam que o rinoceronte consumisse alimentos mais resistentes - como gramíneas e musgos da estepe e tundra, onde viveu.

Tinha no crânio dois chifres dianteiros de queratina, que serviam para a defesa, para seduzir sua fêmea e também para cavar a neve em busca de alimento.

O rinoceronte-lanudo possuía um crânio parecido em estrutura e forma com seu contemporâneo rinoceronte-branco (Ceratherium simum) ainda que não estejam relacionados intimamente.

Curiosidade: o rinoceronte-lanudo foi um fiel companheiro do mamute. Portanto, onde se encontram os restos do esqueleto de um mamute, existe uma grande probabilidade de encontrar também os restos de um rinoceronte-lanudo. A única região onde o rinoceronte não apareceu junto ao mamute foi na América do Norte. Por razões não explicadas até hoje, o rinoceronte não atravessava o Estreito de Bering. Os que foram encontrados mais longe do leste estavam no território da China.t>

Rinoceronte-de-chifre-grande

Elasmotherium sibiricum

Seu habitat geográfico:

Europa, Rússia sul-oriental, China

Sua presença temporal:

Os primeiros espécimes do Elasmotherium apareceram provavelmente há 2 milhões de anos, no fim do plioceno. O maior espécime – Elasmotherium sibiricum – apareceu há 0,5 milhões de anos no meio do plioceno e se extinguiu há 10 mil anos.

Descrição: se trata de um poderoso representante do grupo dos rinocerontes. Sem ter problemas por seu tamanho (o rinoceronte-de-chifre-grande pesa como um elefante de hoje) seu corpo se movia bem. No crânio tinha um chifre grande de queratina cuja base cobria quase toda a cara do animal.

O comprimento de seu chifre é estimado em mais de 2 metros. Os Elasmotérios viviam nas estepes abertas e também na beira dos rios, onde se alimentavam de gramíneas e juncos.

Curiosidade: o gigantesco e único chifre deste animal, que segundo alguns autores, avaliam a possibilidade de que sobreviveu até a época histórica (lendas medievais e livres árabes de viagem), nos fazem acreditar que o Elasmotherium serviu como inspiração para o animal mítico unicórnio.

Alce-gigante

Megaloceros giganteus

 

Seu habitat geográfico:

As estepes da Europa e da Ásia

(da Irlanda até o Baikal)

Sua presença temporal:

400.000 até 8.000 anos

Descrição: um grande cervídeo, típico por sua poderosa galhada em forma de pá. Seus chifres mediam até 3,6 m e chegavam a pesar até 40kg. Sua dimensão era parecida à do alce, mas a forma de seu corpo corresponde mais às dos cervos e gamos. Esses gamos gigantes viviam em uma paisagem aberta (estepe), que se expandiam em geral nas épocas glaciais.

Curiosidade: os chifres largos requerem uma grande quantidade de minerais, principalmente de fosfato de cálcio. Graças à sua poderosa galhada, o alce-gigante só podia viver nas estepes, porque o terreno de selva representava para ele um grande perigo e uma zona intransitável.

Auroque (Uro)

Bos primigenius

 

Seu habitat geográfico:

Originalmente da Ásia, depois na Europa e África do Norte

Sua presença temporal:

Na Europa aparece pela primeira vez provavelmente há uns 25 mil anos.

Descrição: o auroque tinha uma pelagem negra e parda com uma lista clara no centro e uma cabeça clara. Seus finos e longos chifres dobrados para cima eram característicos e eram maiores que os chifres dos touros e das vacas. Era um animal sociável, que se movimentava em grupos familiares encabeçados por um macho e um grupo de fêmeas mais velhas. O auroque pode ser classificado como um animal de bosque. Se alimentava de gramíneas, plantas, frutos e folhas caídas.

Curiosidade: a domesticação do uro começou há 8.000 mil anos. Durante um tempo bem longo apareceram os dois tipos de uros. Os últimos auroques selvagens sobreviveram na Polônia até o século 17. Atualmente se realizam experimentos para se conseguir uma espécie de auroque novamente.

 

Urso-das-cavernas

Ursus spelaeus

Seu habitat geográfico:

Europa e parte da Rússia

Sua presença temporal:

100.000 até 10.000 anos

Descrição: um dos atributos mais espetaculares do urso-das-cavernas é seu crâneo bem largo e arqueado, com uma grande testa. Esse animal teve formas carnívoras e também herbívoras. Os longos períodos de hibernação e pouco movimento proporcionavam a manifestação de vários fenômenos patológicos, por exemplo, nos ossos. Também costumava acontecer desses ursos morrerem hibernando durante ataques de lobos e hie nas cavernárias.

Curiosidade: o dimorfismo sexual se manifesta significamente pelo tamanho dos machos, que eram muito maiores que as fêmeas. A dimensão dos ursos-das-cavernas variava de acordo com a temperatura em geral: no período interglacial apareciam com formas menores, ao contrário dos períodos glaciários em que eram maiores.

 

Tigre-dentes-de-sabre

Smilodon populator

Seu habitat geográfico:

As Américas

Sua presença temporal:

Os primeiros representantes do gênero Smilodon apareceram há 2,5 milhões de anos e os últimos se extinguiram no final no pleistoceno, há 11 mil anos.

Descrição: Smilodon representa um extinto grupo, o Machairodontinae, que foi extremamente especial. Ás vezes e sem razão o Smilodon é denominado tigre com dentes em “forma de sabre”, mas não teve nada em comum com os tigres. Esta “forma de sabre” é um excessivo prolongamento e achatamento de seus dentes caninos, que às vezes possuem uma limadura suave para que ele se alimentasse de estepes. O alimento principal deste animal era em sua maioria formado por pequenos ungulados, mas o Smilodon, é claro, não desprezava nem mesmo as carniças.

Curiosidade: No Rancho La Brea (que hoje forma uma parte da cidade de Los Angeles, Califórnia) se encontraram grande parte de restos dos grandes mamíferos e também centenas de esqueletos de Smilodons.(principalmente da espécie Smilodon fatallis) nas armadilhas naturais formadas por lagos de asfalto. Os Smilodons eram atraídos pelas carniças de mamíferos (caídos no asfalto), que estavam se decompondo. Os tigres-dente-de-sabre eram em sua maioria jovens animais sem experiência.

 

Castor-gigante

Castoroides ohioensis 

 

Seu habitat geográfico:

América do Norte

(um gênero parecido, menor, foi encontrado na Eurásia)

Sua presença temporal:

Viveu desde o terciário – há 2,5 milhões de anos, e se extinguiu há 10.000 anos.

Descrição: é o maior roedor conhecido dos últimos 2 milhões de anos. Sua presença se relaciona na maioria com os pântanos, que formam um ambiente diferente de onde que vive o castor de hoje, que precisa de água corrente e bastante profunda.  Os Castoroides e também o gigante castor de Eurásia – Trogontherium - que era um terço menor, são considerados animais interessantes, parecidos com os castores contemporâneos, mas que estavam intimamente relacionados com eles.

Curiosidade: A reconstrução do rabo dos castoroides deixa dúvidas sobre sua forma real. Provavelmente o rabo não teve a forma esmagada de uma pá escamosa, como encontramos nos castores de hoje. Supõe-se que era de corte anular, moderadamente achatado dos lados. Um rabo parecido possuem outros mamíferos semi-aquáticos – a ondatra (rato-almiscarado) e a nútria (ratão-do-banhado).

 

Mapinguariçu (Megatério) 

Megatherium americanum 

 

Seu habitat geográfico:

América do Sul

Gêneros semelhantes encontrados na América central e na América do Norte.

Descrição: Os Megatérios eram mamíferos desdentados de tamanho variado. Os exemplares maiores chegavam a ter dimensões semelhantes às dos elefantes. Isso corresponde a um esqueleto ostensivamente robusto e com uma estrutura pélvica extremamente grande e com um rabo forte e musculoso. Os Megatérios se levantavam sobre seus membros inferiores apoiando-se com o rabo, enquanto com os relativamente longos membros superiores podia se aproximar dos ramos. Uma língua comprida e móvel facil itava desfolhá-los, assim como fazem as preguiças nas árvores de hoje. Os Megatérios se encontravam em estepes cobertas e em nos bosques e é possível que vivessem em grupos.

Curiosidade: antes se supunha que os Megatérios foram caçados pelos tigres-dentes-de-sabre. Atualmente as opiniões dos cientistas dizem que o Megatério era muito grande para que um tigre-dentes-de-sabre tivesse coragem para atacar e derrubar um animal tão grande e bem armado com suas grandes unhas. Pelo contrário, é possível que o Megatério atacasse ou derrubasse os os gliptodontes, que foram frequentemente encontrados de costas. O Megatério, por suas dimensões, foi o único animal da América do Sul capaz de derrubar um Glyptodon adulto (alguns cientistas especulam sobre sua poss&iacute ;vel zoofagia).

 

Gliptodonte

Glyptodon 

 

Seu habitat geográfico:

As Américas

Sua presença temporal:

Os primeiros Gliptodontes apareceram há 40 milhões de anos e os últimos foram extintos há 10.000 anos.

Descrição: Os Gliptodontes levavam, à semelhança de seus aliados tatus-galinha, uma vida modesta com uma tolerância bem grande ao consumo de alimentos. Seus membros estavam armados - como no caso das preguiças – com unhas grandes. Seu corpo era coberto por um mosaico de milhares de placas ósseas soldadas (1 a 7cm de espessura) as quais, além do tronco do animal, protegiam também a moleira da cabeça em forma de casco. Em algumas espécies a cauda se transformou em um tubo ósseo coberto de espinhos e na extremidade podia ter uma espé cie de clava.   

Curiosidade: a carapaça que protegia os Gliptodontes contra os ataques não se encontra em outros mamíferos. Os únicos animais comparáveis a eles foram os Ankylosauros da época secundária, os quais possuíam,como os Gliptodontes, as placas ósseas em toda a superfície do corpo e cauda, com molas que usavam como um chocalho.

Algumas das últimas formas de Gliptodontes foram caçadas e provavelmente também criadas por índios sul-americanos.

 

Moa

Dinornis giganteus 

 

Seu habitat geográfico:

Nova Zelândia

Sua presença temporal:

2 milhões de anos até o século 17 (várias espécies)

Descrição: o maior pássaro não voador da história aparece com algumas espécies somente na Nova Zelândia. Sua cabeça com um bico curvo era pequena em comparação com o resto do corpo. Seu pescoço media de 1,5 a 2 metros, metade de sua altura total. O corpo não apresentava sinais de existência de asas. Os pássaros Moa em geral pastavam, mas foram capazes de se alimentar com folhas e gálbulas. As aves Moa colocavam u m ou dois ovos de 24 cm de altura e um diâmetro de 18 cm, o que representa uma capacidade de 4,5 litros (isso corresponde a 80 ovos de galinha). Segundo os estudos de DNA, os exemplares maiores eram as fêmeas, 1,5m mais altas e 2,8 vezes mais pesadas que os machos.

Curiosidade: A Moa é um exemplo típico de gigantismo. Em condições específicas se configuram formas animais muito grandes (gigantismo) ou muito pequenas (enanismo), que em certas épocas ecológicas substituem os animais mais frequentes em outras regiões. A Moa substituiu na Nova Zelândia os grandes mamíferos andantes que não estavam nesta ilha até a chegada dos europeus. As outras formas semelhantes de grandes pássaros se desenvolveram, por exemplo em Madagáscar (gênero Aepyamis) onde, como o Dinornis, se extinguiram no século 17 pela intervenção do “homem moderno”. 

 
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