Dia 22 de Novembro, Dia do Músico!



Estou preocupado com os rumos da música. Estamos numa crise muito grande, principalmente de entendimento.

O que, realmente, é música?

Como ela deve ser interpretada por você, por mim, por qualquer pessoa?

Parece simples, mas se você for perguntar para a dupla “Chitãozinho e Xororó” se eles são músicos, naturalmente vão dizer que sim.


Entretanto, se você pedir para que eles toquem, como músicos, “Night in Tunísia”, provavelmente não terão compreensão sobre esta música.


Estranho, não?


Por que estranho?


Quando você procura um médico argumentado que está com problemas nas costas e ele for um ginecologista, provavelmente ele reagirá exatamente como “Chitãozinho e o Xororó”:


- Não tenho como lhe ajudar. Você precisa procurar um especialista.


- Ué, mas você não é médico?


Percebeu?


Ser médico não significa que você tenha domínio sobre a medicina.


Ser músico não significa, igualmente, que você tenha domínio sobre a música.


É! Só que com a medicina todos já estamos acostumados a procurar especialistas.


E com a música?


Com os músicos?


No Brasil, um país de artistas maravilhosamente talentosos, o malabarismo é evidente.


O músico, para sobreviver, toca de tudo e mais um pouco.


Seria a mesma coisa dizer que um médico deva conhecer “todos os tipos dos problemas de saúde”.


Pior...


... dominá-lo, a ponto de ser notado como verdadeiro artista, como verdadeiro médico da música.


Onde está a falha?


Por que, na música, as pessoas não sabem reconhecer as especialidades?


Simples!


O cotidiano da música.


Desde o seu nascimento você já é tratado por um especialista, um pediatra.


Na música, quando você inicia os primeiros passos, você é tratado por quem?


Pense comigo?


Quem está, realmente, ensinando música?


Músicos?


Professores de música?


Malabaristas?


Este é o problema.


Ninguém sabe determinar quais são as especialidades da música.


Pior, nem sabem como definir o que realmente é música.


Parece que todos os músicos, que tenham alguma qualificação, vivem sob a égide do “malabarismo”.


E o resultado é esse que você vê aí: música de baixa qualidade em evidência como se fossem verdadeiras obras de arte.


De quem é a culpa? Das pessoas que querem ouvir música?


Do sistema que está aí, evidentemente; ensinando e influenciando as pessoas, erradamente, sobre música.


Pensando bem...


... será que existe algum sistema?


... ou o malabarismo é que está definindo o sistema?


Boa pergunta!


O interessante, e o mais grave, é que o resultado é este que vemos aí:


Música trivial, sendo denotada como de qualidade, e músicos de qualidade tendo que ser malabaristas para sobreviver.


E as pessoas, que nada entendem sobre música, mas querem influenciá-la, determinando o destino das atividades musicais.


Será que vamos acordar?


Ou, vamos fazer como a questão “aquecimento global”? Fingir que nada está acontecendo.


Dia 22 de Novembro é o Dia do Músico; aliás, o mesmo dia de Santa Cecília, Padroeira dos Músicos.


Você saberia me dizer por que Santa Cecília é considerada a Padroeira dos Músicos?


Muitas Emoções!



Luiz Carlos Rigo Uhlik





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Veja que maravilha de poesia:



SONETO IV

Mário Quintana



Minha rua está cheia de pregões.

Parece que estou vendo com os ouvidos:

“Couves! Abacaxis! Caquis! Melões!”

Eu vou sair pro Carnaval dos ruídos,



Mas vem, Anjo da Guarda... Por que pões

Horrorizado as mãos em teus ouvidos?

Anda: escutemos esses palavrões

Que trocam dois gavroches atrevidos!



Para que viver assim num outro plano?

Entremos no bulício quotidiano...

O ritmo da rua nos convida.



Vem! Vamos cair na multidão!

Não é poesia socialista... Não

Meu pobre Anjo... É... simplesmente... a Vida!...
 


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