"A Voz do Silêncio" nos cinemas (Foto: Divulgação)
A cidade grande e sua solidão, é o que une nove personagens no filme “A Voz do Silêncio”.
A princípio, um eclipse lunar, com uma lua de sangue deveria fazer as vezes da linha condutora do filme, mas do meu ponto de vista, é a cidade, nesse caso, São Paulo, que alinhava as histórias.
Na trama conhecemos personagens que poderiam viver em qualquer cidade do mundo, pois a história que os permeia é universal e conversa bem com públicos de todas as regiões.
Mas, apesar de ser uma história universal, ela tem um problema, a tristeza que ela evoca.
As histórias são todas pesadas, negativas e de difícil solução.
O diretor trabalha com muitos closes e acaba deixando o filme sufocante, o que não é interessante para atingir um público grande.
Mas, enfim, do que se trata a história? Ela fala da solidão de algumas pessoas, que mesmo vivendo entre muitas outras, sofrem por estarem sozinhas.
Algumas por opção, e outras por justamente não terem opção.
Desde a mãe que sofre pela ausência do filho e destrata a filha presente, do avô que sofre a ausência da filha e do neto, do sushiman que quer se tornar um profissional melhor e para isso precisa engolir um patrão abusivo, do funcionário público que tem uma vida imprópria, até o filho que sofre a solidão, o neto que se sente só, o empresário que é uma péssima pessoa e os diversos indivíduos que sofrem abusos na mão do funcionário.
O elenco do longa tem ótimos atores e obviamente a presença da atriz Marieta Severo dá peso a ele, mas, apesar da atuação dela, outras ficam aquém do esperado.
“A Voz do Silêncio” tem uma boa proposta, porque falar de solidão é importante para o público, mas não consegue elevar o filme, deixa-lo reconfortante.
O filme é mais indicado para o público que frequente festivais de cinema e é acostumado com a introspecção na tela.
Título Original: A Voz do Silêncio
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 1 hora e 38 minutos
Ano de Lançamento: 2018
Direção: André Ristum
Elenco: Marieta Severo, Stephanie de Jongh, Arlindo Lopes, Marat Descartes, Marina Glezer, Nicola Siri, Claudio Jaborandy, Enzo Barone.
RITA VAZ
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