A psicologia nossa de cada dia!!

 

Não existe sequer um país civilizado hoje em que as camadas inferiores da população não estejam em um estado de inquietação e oposição.

Será que algum dia esses problemas que estamos enfrentando agora serão resolvidos pelas leis, guerras ou mesmo movimentos em massa? Os problemas humanos mais cruéis e críticos só podem ser resolvidos por uma mudança geral de atitude. Engana-se quem pensa que a mudança começa com comerciais, propagandas e encontros de massa, ou mesmo com violência. Isso começa, com a mudança nos indivíduos... somente o acumulo de tais mudanças individuais será capaz de produzir uma solução coletiva.

De certa forma, alguns indivíduos, tiveram cerceadas suas maneiras de aprender a construir pensamentos... o que mais lamento é que isso se deu por questões financeiras.

Houveram movimentos culturais e médicos em larga escala que tinham como objetivo desacreditar qualquer tipo de psicologia ou psicoterapia mais profunda. A psiquiatria, a indústria farmacêutica (enfatizo que não sou contra o uso de medicações) e as operadoras de planos de saúde, de tudo fizeram para enfraquecer as intervenções terapêuticas de longo prazo. Esses grupos, exigiram que a psicoterapia fosse “baseada em provas”, se quisesse, assim, ser  considerada eficaz. Embora acredite que seja impossível retomar essa história aqui em detalhes, quero reconhecer que a psicologia encontra muitas promessas e muitos obstáculos para desenvolver uma justificativa cientifica e empírica da sua eficácia.

Não posso tratar disso, sem dizer que a indústria farmacêutica tem, cada vez mais, desejado formas de tratamentos mentais mais curtos e impessoais, com a finalidade de reduzir os custos e aumentar os lucros. Essa exigência de uma “evidência” de eficácia é mais orientada por interesses de mercado que por questões humanísticas e compassivas.

Quero com esse espirito renovado estimular um debate respeitoso, de modo que nossa tendência ao dogmatismo, à defensiva e à estreiteza não interfira na nossa capacidade de sentarmos e discutirmos a respeito de nossas diferenças. Se a psicologia quer contribuir para um maior espirito de colaboração e participação, e também para crescimento individual, deve, então, começar em casa.

Sendo assim, caríssimos, tento encorajar os psicólogos a explorar até que ponto eles próprios não seriam “médicos doentes” que trazem suas fraquezas e suas qualidades a terapias. Pois, somos humanos, não viemos com manual de instrução, nem bula, muito menos recebemos um carimbo de imunidade quando nos formamos, onde estaríamos livres dos nossos próprios pesadelos, onde estaríamos livres de qualquer doença da alma.

Para finalizar cito meu psicólogo e pensador favorito: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana” Carl Gustav Jung

 


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