Ciúmes


Ciúme: “é quando o coração fica apertado porque não confia em si mesmo...”
“Se você me possuir
E for dona da minha vida,
Eu serei seu escravo.
O escravo não pensa,
Não tem vontade própria,
Muito menos brilho no olhar.
Ele, simplesmente, obedece
E segue a seu dono.
Se eu for um ser sem vida,
Será que você continuará a me amar?”
Roberto T. Shinyashiki



Para falar em ciúme, vale um pequeno questionamento: se a outra pessoa é sempre a nossa medida, porque nós nos definimos, desde crianças, a partir da imagem que temos do outro, como poderíamos nós, simples mortais, crermos em nós mesmos? A imagem do outro que a vida moderna mostra, geralmente é a imagem de uma pessoa profundamente angustiada, frente ao “perigo de sucumbir” na luta diária e competitiva com a vida. Se pensarmos que essa competição é vista como “natural”, a imagem do homem, que nos aparece no dia a dia, pode ser percebida como “coerente”, embora, ao mesmo tempo, muito sofrida, de um sofrimento que parece ser “natural” e “obrigatório”

Assim, fecha-se mais um circulo vicioso: se você não confia na outra pessoa, pois a outra pessoa é sempre fonte de ameaças, você não pode confiar em você mesmo, já que você se moldou pela imagem de outro!

Em geral, pode-se ver que o ciúme em um casal aparece por uma relação simbiótica! E o que é isso? Imagine uma criança, ou melhor, um bebê, um bebê que acaba de nascer, está sendo amamentado e é totalmente dependente da mãe. Esse bebê tem uma relação simbiótica com mãe, sabe por quê? Porque o bebê ainda não consegue entender que ele e a mãe são seres humanos individuais, ele não sabe onde ele termina e onde a mãe começa, é como se fossem a mesma pessoa. Soa estranho, eu sei, mas o mecanismo do ciúme, é muito parecido com o da simbiose que acontece com a mãe e o bebê, pois o simbiótico, muitas vezes constrói um mundo só dele e da pessoa amada, porém, o mundo é muito maior que “um amor e uma cabana.”

O ciúme, em geral, nasce quando a pessoa se conscientiza de que não é tudo para o outro. É preciso aceitar, que ninguém é capaz de preencher completamente as necessidades do outro. Por outro lado é preciso ter cuidado para não tratar a relação com menosprezo, pelo fato, de a outra pessoa não nos preencher totalmente.


Existem pessoas que se sentem desprotegidas, se a outra pessoa não expressa medo de perdê-la. Assim, em alguns casos, o parceiro começa a se mostrar ciumento somente para deixá-la satisfeita. Aí comete-se um grande erro, pois quando se finge algo que não sente, cria-se uma dose de insegurança em relação ao que realmente sente em seu intimo.


O ciumento, trata o ser amado como se fosse um objeto de sua propriedade. Ninguém pode compartilhá-lo.


Não podemos negar, que todos nós, em algum momento, experimentamos a sensação de ciúmes. Porém, o que mais importa, não é tanto, se esse sentimento tem a ver com a realidade, ou não, mas o que você faz com esse sentimento. Ficar se consumindo de ciúme corroe qualquer relação. O mais eficaz, seria, dialogar com o outro a respeito do que se sente, dizer que está com ciúme, de que, de quem, como, etc. compartilhar o que lhe deixa com ciúme para que o outro, tente não repetir, a atitude que provoca ciúme, ou, quem sabe, possa explicar por que essa situação acontece.


Existem mulheres que ficam possuídas por ciúme, apenas pelo fato, de verem o homem que amam olhar para outra mulher bonita, ou elogiar alguém. O mesmo acontece com os homens em relação as mulheres. Isso é típico da falta de segurança. Admirar as qualidades de outras pessoas pode não significar nada alem disso. Mas, provavelmente uma das partes começa a fantasiar: “Se esta tão interessado nele, é porque não gosta de mim...” Na verdade, poderia não haver outro alguém – apenas uma admiração.


O ciúme encontra-se perto da falta de confiança em si e no outro, o que denota precariedade de amor na relação, isso, porque, quanto menos se confia, menos se deixa conhecer e menos se ama. Nesse caso a pessoa enciumada, sempre vive em um sobressalto e para diminuir essa insegurança, começa a exercer uma vigilância total sobre o outro, ou, começa a se doar, cada vez menos ao outro.


É óbvio, mas importante comentar, pois as vezes alguns esquecem, que partimos do principio de que é condição obrigatória para quem sente ciúme, que exista um comprometimento afetivo, por menor que seja, em relação a outra pessoa.


Precisamos nos atentar que em todos os casos em que o ciúme se faz presente o fato de não se ter o controle das ações e dos pensamentos do outro; de não admitir que o outro é um ser individual, autônomo e que sua individualidade precisa ser respeitada. Estar com amigos, receber elogios, ficar em silêncio e muitas outras situações, não significam, necessariamente, que o amor ou a relação esteja em perigo.



Mas, lamentavelmente, há pessoas que gostam, de forma sádica, de provocar ciúme no parceiro para se valorizarem e até, como dizem algumas, “para por à prova a relação”. É importante que elas descubram, através de um olhar, de carinho, ou de um gesto de ternura, o quanto são especiais para outra pessoa. Mas, sem dúvida, a principal maneira de alguém conhecer sua grandeza é pela intensidade de amor que seu coração abriga.

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Rafael Leitoles Remer, Psicólogo CRP:08/09332
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Última atualização em Sex, 11 de Novembro de 2011 10:17
 


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