Corro o risco de ser excomungado. Xingado. Cuspido. Pensei dez vezes antes de escrever este texto. Mas vamos lá.

Qual é o problema com as mulheres de hoje? Falo das adolescentes e também das mulheres de vinte e poucos anos.

Elas estão sempre com dor! Sempre! Todos os dias reclamam de dor de cabeça, e se não é a cabeça, é outra coisa. Existem inúmeros lugares no corpo humano para sentir dor, e essas pobres criaturas sentem dores terríveis todos os dias!

Atenção: estou anos luz de ser misógino (por definição, “aquele quem tem aversão às mulheres”). Amo as mulheres em todos os sentidos. Mais do que isso: as mulheres da minha família sempre foram minhas referências de vida.

Minha avó? Teve dois derrames e continua viva e forte. Aprendeu a ser ainda mais feliz e conviver com a limitação física de perder o movimento do lado esquerdo do corpo. Minha tia avó? Teve uma vida sofrida e aguentou até os oitenta e quatro anos, mesmo quando a Morte há rondava muito tempo antes. Minha irmã? Uma garota linda e forte, mesmo com as pancadas que levou da vida. Algumas, cedo demais. Minha mãe? Bom, dela eu nem falo. Sempre guerreira, sempre pra cima, consegue dar nó em água e quase nunca abre a boca pra reclamar.

Mas essas meninas de hoje...fazem parte de uma geração que possivelmente será conhecida como “geração dodói”. Mulheres jovens que ainda na adolescência começam a se entupir de calmantes - pois estão muito estressadinhas! Aspirina virou “tic tac”. E tudo é motivo pra chiar. Conciliar trabalho com os estudos fazem delas verdadeiros mártires. As dores dos outros jamais podem ser comparadas as delas.

O que tenho notado é que mulheres com mais de trinta, quarenta, cinquenta anos, são muito mais jovens do que as da geração dodói. E com isso, acabam se tornando mais bonitas e interessantes.

Longe de generalizar, é claro que nem todas as jovenzinhas de hoje podem ser incluídas na geração dodói. Mas me arrisco a dizer que são poucas. Da mesma maneira que dizem que “não há mais homens como antigamente”, por que não dizer o mesmo de algumas mulheres?

Se a infância está cada vez mais curta, percebo que a terceira idade vem cada vez mais cedo. Para as mulheres, começa lá pelos quinze anos.

Mas é difícil perceber, porque bengala ainda não é modinha.

Diego Gianni

(31/08/2011)